Vajramushti


Kung Fu


Do chinês  -  Caminho do tempo de habilidade.

      As artes marciais chinesa são conhecidas como Wu Shu e no Ocidente pelo nome Kung Fu. Essas artes subdividem – se em centenas de estilos diferentes; apenas em Hong Kong, existem mais de 360 estilos de Kung Fu.
       A referência mais antiga ao Kung Fu data de 2674 a.C., na época de Huang ti.
        No entanto, a sua codificação feita por Bodhidharma em 525 d.C. é considerado de grande importância, pois, aos conceitos taoístas que já acompanhavam o Kung Fu, foram acrescentados os conceitos budistas da escola Ch’an.
        Bodhidharma era o 28.º patriarca do budismo e, tendo se hospedado no templo de Shaolin meditou durante nove anos e criou uma nova concepção budista a que chamou Ch’an.
        Sendo um Kshatryia (membro da casta guerreira da Índia), tinha sido educado na arte marcial indiana, o Vajramushti, antes de torna – se um monge. Quando verificou a dificuldade que os monges Shaolin tinham em seguir seus ensinamentos relativos à meditação, instituiu a pratica do Kung Fu, com o objetivo de disciplinar – lhe o caráter e dar – lhes resistência para as longas práticas de meditação.
         O Kung Fu de Shaolin tornou – se famoso, pois, aos eficientes ensinamentos dos antigos estilos Chineses foi acrescentada a filosofia e a técnica do Vajramushti indiano.
          Graças à profundidade dos ensinamentos filosóficos do Kung Fu Shaolin, pode – se dizer sem medo de errar que, todas as demais artes do Oriente dele receberam influência.
           Vemos a influência do Ch’an (Zen) na arte do arranjo floral japonês (Ikebana), no cultivo das árvores anãs ( Bonsai), na pintura  (Sumi E ), na cerimônia do chá , no código de honra dos Samurai ( Bushido), na literatura  e em muitos outras artes  mais...
             As artes marciais coreanas também receberam influência do pensamento Ch’an (Su, em coreano), notadamente Su – bang, uma antiga arte marcial que teria dado origem aos estilos coreanos mais modernos.
              Funagoshi, o criador do estilo Shotokan de Karetê, foi um grande estudioso do Zen e, Jigoro Kano, o criador do Judô, mantinha em sua academia - a Kodokan – um monge Zen que ensinava seus lutadores.
               O Kung Fu Chinês é uma arte agressiva que, ao contrário de seus descendentes coreanos e japoneses, admite golpes desferidos com as pontas dos dedos aos olhos e testículos do adversário. Além das técnicas corporais, dedica – se também ao manejo de dezenas de armas, mantendo até os dias de hoje, com incrível habilidade, o manejo tradicional das armas antigas.
               Não poderíamos deixar de mencionar também as artes suaves do Kung Fu Chinês que, embora mais recentes que as técnicas Shaolin, possuem em nossos dias mais adeptos que essa última. São elas o T’ai – Chi – Chuan e o Pa – Kua, cujos movimentos são executados com extrema lentidão e com acurados observância  de regras respiratória e do domínio energéticos do corpo.
             Embora existente no Ocidente há dezenas de anos, o Kung Fu estava restrito à  comunidade Chinesa, tendo sido poucos  os Ocidentais que conseguiram penetrar  em seus segredos até bem poucos anos atrás.
             Graças ao ator americano Bruce Lee, que obteve extraordinário sucesso em filmes de Kung Fu Chinês, o Kung Fu obteve a preferência mundial em termos de artes marciais e sua prática  é coqueluche no momento nos diversos países  do mundo.
              No Brasil, a primeira referência dessa arte data da década de 1940, quando era ensinado no bairro Chinês de São Paulo, pelo Mestre W. Lee Chang; a ele se seguiram outros mestres, destacando – se Chan Kwok Wai , Hao, Lope Shiu Ping Lop, Liu, Lay e outros. 
       

Marcos Lira